Oficinas de Escrita para alunos autónomos: mudar o estigma da escrita em sala de aula!

A Escrita é um dos domínios da língua que mais dificuldades e resistência os alunos revelam, desde as fases iniciais da sua escolaridade, devido a um conjunto de fatores inerentes à complexidade do ato de escrever, devido ao caráter pessoal da sua criação, bem como, didaticamente, às imensas dificuldades para o professor de Português de a treinar, orientando, regulando e corrigindo, com turmas extensas e programas/metas exigentes. No entanto, é visada com grande impacto no peso avaliador de testes e provas de aferição.

     Os docentes (do 2º ciclo) continuam a revelar alguma dificuldade na aplicação de metodologias de ensino da escrita (em Oficinas de Escrita), partindo de textos não literários e sobretudo literários. Também referem, em reuniões de grupo, conferências, seminários… que as metodologias de leitura/interpretação (de textos literários, sobretudo poéticos) nem sempre estão adequadas ao perfil do aluno atual (desconcentrado e com pouca capacidade em reter informação e/ou adaptada em novas situações, com um universo referencial frequentemente reduzido), situação agravada pela pouca disponibilidade de tempo (face ao número reduzido de blocos semanais, a turmas extensas e programas ambiciosos na sua variedade).

     As propostas dos manuais já incidem na necessidade de estruturar/planificar os textos mas, na sua maioria, não apresentam planificações concretas ou conceptuais (e, assim, não propondo ao aluno uma estruturação condutora), criativas mas modeladas, adequadas a cada tipologia textual proposta nos Programas/Metas. A própria revisão textual (feita pelo professor e/ou pelo aluno), nem sempre é eficaz (ou mesmo realizada com produtividade).

     Continua a verificar-se algumas carências na formação inicial (e na formação contínua) na área da didáctica da literatura, da escrita e até da aplicabilidade, na escrita, de conteúdos gramaticais: saber escrever e conhecer cientificamente a literariedade de um texto, conhecer e identificar linearmente conteúdos gramaticais (não os aplicando em situação de escrita) nem sempre é suficiente para dotar o aluno de meios, métodos mais autónomos de construir textos corretos, numa escrita não livre mas cingida a restrições (temáticas ou formais). Paralelamente, pelo pouco empenho dos alunos na Gramática (perspetivada por estes como “residual” nos testes/exames), nos domínios da sintaxe, do vocabulário, da coesão/coerência textual, esta raramente é apreendida de forma intencional e prática na construção textual.

     O facto da maioria dos alunos, sobretudo na construção do texto de opinião/argumentação, raramente “aproveitarem” e adaptarem conhecimentos de outras áreas disciplinares, prova que a escrita é visto como tarefa solitária, maçuda, desorganizada, sem coerência…

     Com esta ação de formação, pretende-se que os professores recordem alguns conceitos fundamentais necessários ao ensino/aprendizagem da escrita/leitura neste nível de ensino. Porém pretende-se, sobretudo, estabelecer uma ponte entre os aspetos da didática da escrita (e do conhecimento/aplicação da gramática) e a construção e aplicação de materiais didáticos, adaptados a diferentes tipos de textos, de acordo com os vários anos de escolaridade.

     Assim, pretende-se que, cada vez mais os alunos, ainda novos e absorvedores de criatividade, não vejam a escrita como algo difícil, estranho, descoordenado, sendo eles os construtores do texto e os seus professores, os seus orientadores.


Informações:

Registo de Acreditação: CCPFC/ACC-89937/17
Destinatários: 2º Ciclo
Modalidade: OF
Duração: 15 horas presenciais e 15 horas de trabalho autónomo, perfazendo 30 horas
Local: Escola Secundária D. Maria II
Regime de avaliacao:
Data de Realização da Ação: 07-03-2018 a 18-04-2018

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